5 mitos sobre infertilidade que líderes de RH deveriam conhecer

Benefícios
30/3/2022
Aleksandra Jarocka
A fertilidade pode ser um tema confuso e sobre o qual a maioria das pessoas não sabe muito, a menos que elas próprias estejam passando por algo. Por isso, muitos mitos e boatos passados de geração em geração acabam dificultando o caminho de muitas famílias em busca de engravidar. 
E por mais que isso pareça um tema muito distante do mundo do RH, isso é uma visão completamente errada. Afinal, estudos já mostram que serviços de benefícios de fertilidade (auxílio com fertilização in vitro, adoção e outros métodos) podem diminuir os custos da empresa com serviços de saúde.

E não para por aí. Há vários outros mitos que líderes de RH devem conhecer e saber quebrar, para só então conseguir oferecer os melhores benefícios aos colaboradores. Reunimos alguns dos erros mais comuns sobre o assunto, olha só:

Mito #1: Casos de infertilidade são muito raros

Pelo contrário, a dificuldade para engravidar não é nada incomum. De acordo com uma pesquisa feita em 2019 pela Associação Brasileira de Reprodução Assistida, a infertilidade afeta de 10 a 15% dos casais em idade reprodutiva no mundo. No Brasil, são cerca de oito milhões de pessoas. Lembrando que esse dado considera apenas casais heterossexuais, o que significa que essa proporção deve aumentar ainda mais se contarmos com casais da comunidade LGBTQ+.

Inclusive, o Brasil é o líder no ranking latino-americano dos países que mais realizaram fertilização in vitro (FIV), inseminação artificial e transferência de embriões nos últimos 25 anos. Foram 83 mil bebês brasileiros nascidos por meio de tratamentos de reprodução assistida!

Mito #2: A infertilidade só impacta mulheres cis

De acordo com uma pesquisa do IPGO, só 35% dos casos de infertilidade entre casais têm relação com fatores exclusivamente femininos – a mesma porcentagem de casos de infertilidade exclusivamente masculina. No entanto, quando se pensa em dificuldades para engravidar, a atenção se volta à mulher. 

Para os líderes de RH, é importante se certificar de que o pacote de benefícios que você vai oferecer inclui recursos para pessoas de todos os gêneros. Existem opções voltadas ao mundo masculino, como congelamento e testes de esperma, que podem ser benéficos tanto para casais de sexos opostos, quanto para casais não heteronormativos da comunidade LGBTQ+.

Transexuais e pessoas não-binárias também necessitam de acesso a testes de fertilidade, preservação, e outras opções de formação de família. Há exemplos de casos em que pessoas trans optam por congelar o esperma ou os óvulos antes de iniciar a transição hormonal ou cirúrgica. Como gestor ou líder de RH, deve-se oferecer suporte nesses casos, dando acesso a serviços inclusivos e acolhedores.

É preciso entender que a questão da fertilidade afeta a todos. Só assim é possível criar um ambiente que promova a diversidade, equidade e inclusão no trabalho. 

Mito #3: A gravidez por fertilização in-vitro acarreta no nascimento de gêmeos

Até pouco tempo atrás, era costume entre a comunidade médica fazer o processo de fertilização com múltiplos embriões ao mesmo tempo, na esperança de aumentar a chance de sucesso. Isso poderia contribuir para uma taxa maior de gravidez múltipla.

No entanto, hoje em dia já se sabe que tentativas com embriões únicos reduzem as taxas de gestação múltipla e maximizam a taxa de aceitação do corpo à gravidez. 

A transferência única de embriões (SET) reduz o risco de nascimento com baixo peso em 50%, reduz a necessidade de internação em UTI neonatal em 50%, além de diminuir a duração da estadia hospitalar em 80%.

Mito #4: FIV é a única opção

Quando falamos de opções para tratar problemas de fertilidade, a fertilização in vitro é a primeira que vem à mente. Apesar de ser uma ótima solução em alguns casos, é engano pensar que essa é a única alternativa. Aliás, menos de 3% de todos os casos de infertilidade precisam de tecnologias reprodutivas avançadas como a fertilização in-vitro. Ela geralmente envolve um processo complexo, mais invasivo e caro, que não se aplica a muitos casos. 

Com um programa de benefícios que inclui apoio para outras intervenções confiáveis, é possível dar aos funcionários soluções mais acessíveis. Um exemplo é a mudança na alimentação, que quando feita com acompanhamento, tem impacto muito positivo na fertilidade. A melhor nutrição reduz o risco de infertilidade por ovulação irregular, bem como melhora a qualidade e potencialidade do sêmen.

O mapeamento da ovulação é outra solução simples, que melhora muito as chances de gravidez. Oferecer acesso à educação e recursos de acompanhamento do ciclo menstrual para os seus empregados pode parecer simples, mas às vezes é exatamente o que alguém precisa para criar uma família.

Mito #5: Adoção é a única saída para famílias LGBTQ+

Desde 2015, o Supremo Tribunal Federal (STF) permite que casais do mesmo sexo adotem crianças. No entanto, a demora e as burocracias intermináveis dificultam o acesso de casais LGBTQ+ a esse formato de família. Portanto, casais homoafetivos e da comunidade queer podem recorrer a outras opções de fertilização.

Exemplos de alternativas são os casos de barriga solidária, inseminação artificial, FIV ou reprodução assistida por doadores, sem necessidade de um diagnóstico médico de infertilidade. 

A barriga solidária possibilita que casais do mesmo sexo tenham geneticamente compatíveis, com a ajuda de uma portadora. Essa tem sido uma opção cada vez mais popular para casais apenas compostos por homens, por exemplo.  Já a inseminação intra-uterina com esperma doador é uma opção mais comum para casais homoafetivos entre mulheres.

Fora do horário de trabalho, os funcionários de uma empresa passam pelas mesmas situações que seus gestores – muitos querem ter uma família, ver seus próprios filhos crescendo com saúde ou realizar o sonho de engravidar. Por isso, ao expandir o apoio aos empregados, lembre-se que a fertilidade (ou a ausência dela) envolve experiências mais diversas do que a maioria das pessoas imagina.

Desmistificar informações erradas sobre o mundo da fertilidade pode ajudar você, gestor e líder de RH, a criar um ambiente de trabalho mais acolhedor e saudável para todos os funcionários, inclusive aqueles que sonham em ter filhos um dia.

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